sexta-feira, 7 de setembro de 2012

SAUDADE


A saudade mata, mutila e despedaça. 
Depois corrói o peito, apodrece e seca. 
Ela invade a cabeça, atordoa e enlouquece. 

A mente fica morna e o coração se esfria, 
pois tudo é motivo para a mais profunda agonia. 

São tantos nem sei quê 
que mando as rosas 
e me esqueço do buquê, 
nas várias palavras dessa triste poética prosa. 

O telefone, nosso companheiro, 
passa o dia inteiro mudo. 
Parece que se calou para nos espiar, 
para nos espezinhar com verbos impessoais 
que jamais serão conjugados a nosso tempo, 
a nosso modo, a nosso caso inexistente... 
Enquanto o sujeito paciente e impotente, 
devido à distância, se cala e se queda inerte 
na falta do encantamento do flerte.; 
na falta do calor que me negas.; 
na falta das palavras reveladoras.; 
na falta louca da pouca roupa.; 
na falta de ais e encontros reais... 

Apenas as músicas e as imagens me inspiram, 
pois tu, na ausência do nós, se queda muda sem voz... 

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