Não tão onrado quanto os outros
Pois na vida já fui desonrado
Excluído e crucificado
No ócio e no vício
No real e no fictício
Sou a sombra da morte
Sou a faca e o corte
E o resto do feitiço
Já fui plebeu e lorde
Sorte de quem não me viu desnudo
Sou um poeta mudo
Na masmorra onde vivo
Sufocado pelo próprio orifício
Emito altos roncos
Morro por minutos
E volto a respirar
Em cada apneia noturna
Um vazio e um pausa diurna
Suspiro e prurido
Me escondo do sono na noite
E dos vestígios do dia
Tudo que me causar melancolia
Sem letras e nomes
Sem estaca e sem caixão
Estou jogado no latão
Tudo porque disseram
Quem tem:
Um lixo pronto para ser descartado...
OMENS ONRADOS
Correntezas rubras movidas pela insensatez,
prudência sufocada pelo ácido.
Bílis alterada pelo ódio.
Barris de vinho cheios de pólvora.
Tudo muda para o que sempre foi e nunca deixará de ser:
Pedras,
espadas,
fogo,
arsênico,
antrax.
Nada se transforma.
Faroó,
rei,
imperador,
presidente,
coronel,
pai de chiqueiro e galo de briga.
Vilões e mocinhos,
malfeitores e benfeitores.
Impossível distingui-los: todos acreditam nos próprios pêlos.
SENHORES DA RAZÃO desafiam Lúcifer.
No inferno, vulcões de lágrimas,
estupidez epidêmica,
intolerância alastrada.
O aço retorcido e disforme não ressuscitará pela virilidade perdida.
Chega de ereções!
Sementes infecundas sendo plantadas em covas medidas
(ou em valas gigantes?)
nunca brotarão.
Instinto de sobrevivência e de preservação?
Misto de auto-mutilação e repressão
denominado de civilização por um cidadão
de uma nação com religião e boa educação?
Ecos de dor ressoam.
São balas encontradas por esperanças perdidas.
Economia seria simplificar: par ou ímpar?
Fico muito bom esse jogo de palavras. Vou postar a referência lá no blog. Grata pelo espaço!
ResponderExcluirAbraços despenteados!