sexta-feira, 21 de setembro de 2012

APEGO

Agarro-me ao tronco
Mesmo que não deseje abraçar a árvore

Não sou de fincar raiz
Sou volúvel quase uma meretriz
A diferença é que não faço nada por dinheiro

Devaneio custa caro
O dom me veio de graça
As palavras brotam em mim
Como folhas em árvores
Plantas; cadernos; e livros...

Já vivi outras vidas
Já fui inseto, macaco, cachorro e homem...
Hoje não vejo a diferença

É como me sinto
Homem, cachorro, macaco, inseto...
Não nessa ordem
Detesto retrocesso

Mas a vida não é um constante retroceder?

Na dúvida
Solto-me do chão
Libero o tronco
Desabraço a árvore que nunca abracei

Nunca tive mesmo raízes
Amo a vida e as atrizes
Quando o palco da vida se fecha
Não tem outra vida que puxe as cortinas...




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