quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O VENTO NA PELE



Quando a madrugada se vai
E a pele sente
O fresco do amanhecer
O vento poeticamente sopra desnudo
Sussurra poemas em brisa
É o recomeço do dia em térmica
É o calor que invade a nuca
Atrás do Amor matinal
Diferenciando a realidade do sonho...

A pele se agasalha 
Quiçá com os cabelos longos do vento...
O vento, que é o ritmo,
Clama a melodia da pele
Formando par numa doce harmonia
Encantada pele se abriga no leito do vento
Enquanto este canta para o sol suas canções
Lascivas notas delirantes...

Até que a pele exalando fêmeos odores
De Amor
Levanta-se e cavalga sobre o vento
E seus pêlos eriçam...
Coqueiros que balançam...

Então, o vento em êxtase.
Sente o suor e umidade da pele
Ouve os gemidos da pele
Sentindo o cheiro do desejo
Energia a flor da Pele...

Sente a leveza da pele
a flutuar...
a contorcer...
Agitando-se...
Inundando-se...
E desperta
,
Silencia-se no roçar da pele
E se dispersa...
E se queda inerte...
E explode...
E grita...
E goza...

(Suspira, transpira grato, manso, intenso).



Quando a madrugada dá seu último suspiro
E a pele se aquece
O vento todo prosa se despede
Na certeza que outras madrugadas virão...



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