quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PENAR

"As suas leves penas são penas para voar...
As minhas pesadas penas são penas do meu penar."



PENAR

Leve pena que voa livre
Falta-lhe asas
Falsa liberdade dos ventos
Que a conduz sem rumo
Emplumado ser esnobe
Que falseia a vida pobre

Pesada pena do penar
Sobra-lhe lágrimas
Gotas de outros líquidos
Quiçá do manancial da criação
Liberdade que emana da ponta
Tal qual o pincel do pintor
Carga da Arte que goteja
Quando a pena lacrimeja

Não tenho pena de ti papel
Quando o vento forte o levar ao céu
Imortalizado será na Terra o Poeta
Ser que da pena fez sua Arma: seta.
Mesmo que tivesse como tinta
Apenas as suas lágrimas
Ou o sangue seu
Para escrever a dor alheia
Pena suja jogada ao chão
Resto de um poema que riscou o céu
Ou simplesmente acariciou na praia a sua areia
Pena, objeto emaranhado tal qual teia...
Prende e solta
Bumerangue que nunca volta
Asas molhadas da imaginação...

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