Tropecei na língua e falei demais
Excesso de pró-atividade é ruim
Bem sei, mesmo assim tropecei.
Pedi licença poética para tropeçar na estética
Fugi da brancura do tropeço da métrica
Para tropeçar nas rimas
Pobres criaturas trôpegas
Os tropeços que crio
Tropeçou o padre na batina
O político na sabatina
O juiz na sentença
O fiel no pedir de benção
O beato na falsa promessa
Mas Santo não tropeça, vive no céu os tropeços da terra...
Tropeçou o ator na fala
O governo na escala
O poeta mudo que não se cala
E o músico tropeçou na letra
No ritmo do governo que nunca decola
Da criança que tropeçou de ano
Tudo porque fugiu da escola
Tropeça o pai, a mãe e o filho.
Tropeça o agricultor que somente planta milho
Tropeça o comerciante de pouco pavio
Tropeça a mulher que vende o cio
Tropeçam as relações internacionais
No trôpego plantar dos canaviais
Novamente peço licença poética
Para tropeçar no metro
Poema que deveria seguir reto
Mas trôpego, tropeçou...
Caiu e parou no triste tropeçar da vida trôpega...
Eustáquio Braga [Thackyn]
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Poema feito por encomenda para:
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