quarta-feira, 27 de maio de 2015

ELA

ELA 
© Pablo Nykcaht 


Ela tem um mar que me molha 
e me acende 
sem nenhum contato... 
Deixa-me de água na boca 
quando me ataca em brasa... 

Invado teu mundo 
levando-a ao meu submundo 
Imundo ser carnal que sou... 

Mesmo sem querer, viajo... 
navego no cio queimando-a 
em brasas de um amor sem fim... 


Quando contornas minhas costas 
com teus beijos feito maré 
se abrindo aos meus apelos 
lambendo os meus pêlos em labaredas... 
rasgo tua seda e possuo-te Sereia... 

Ela me excita com a voz 
me deixando sem fôlego 
me deixa louco 
quando me detém na tua gruta 
não me deixando escapar... 

Somente os meus beijos salivados 
molhados de desejo e fogo 
conseguem deixá-la inerte. 

Então, saio de soslaio 
e faço renascer das cinzas 
a tormenta que de novo te esquenta, 
quando minha língua invade tua gruta... 
num balanço leve tal qual 
notas repetidas de um tom baixo!... 
que te levanta e te assanha 
fazendo-te gozar em ré... 
louca para chegar em mi... 
No sustenido 
som do gemido, 
nenhuma gota de esperma 
fora gasta 
antes do teu gozo 
em todas as notas... 

E do cio que ela me induz... 
Convido-a para uma longa cavalgada 
num castelo perdido da madrugada 
para que eu possa gozar bemol 
no ejacular do sol... 

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