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Ousar lutar! Ousar vencer! Esquecer jamais!!!
Aurora Maria Nascimento Furtado Presente!
Para honrar os que lutaram e tombaram por Democracia e Justiça!!
Aurora Maria Nascimento Furtado Presente!
Para honrar os que lutaram e tombaram por Democracia e Justiça!!
Aurora foi presa e levada viva para a Delegacia, aonde foi submetida a sessões de pau de arara e choques elétricos, espancamentos, afogamentos e queimaduras.
Também submetida ao suplício da "Coroa-de-cristo", uma tira de aço com parafusos colocada em volta da cabeça que gradativamente apertada leva ao esmagamento do crânio fazendo os olhos saltarem para fora das órbitas.
Morreu no dia seguinte e seu corpo foi crivado de balas e jogado na esquina das ruas Adriano e Magalhães Couto, no bairro do Méier.
O pai, Mauro Albuquerque Furtado, reconheceu o corpo da filha em 11 de novembro de 1972, que foi levado para São Paulo e entregue à família em caixão lacrado, com a determinação para que não fosse aberto.
A família não só não acatou tal ordem como também, através de advogados, obteve nova necrópsia do IML, que constatou no corpo de Aurora, inúmeros sinais das torturas sofridas (queimaduras, cortes profundos, hematomas generalizados) com um afundamento no crânio de cerca de 2 cm, proveniente do emprego da "coroa de cristo", a causadora da morte.
Eny Moreira, advogada de presos políticos durante a ditadura militar, que liberou o corpo de Aurora à pedido da família, relatou que ele estava dilacerado, com afundamento do maxilar, um corte do umbigo à vagina, fratura externa num dos braços, sem bicos dos seios e um olho saltado, resultante do esmagamento do crânio
Aurora Maria Nascimento Furtado, filha de Mauro Albuquerque Furtado e Maria Lady Nascimento Furtado, era estudante de psicologia na Universidade de São Paulo e ativa militante do movimento estudantil nos anos 1967–68, e colaborava na imprensa da União Nacional dos Estudantes (UNE), de São Paulo.
Foi também funcionária do Banco do Brasil, na agência Brás, capital paulista.
Foi presa em 9 de novembro de 1972, depois de ser detida numa blitz policial. Nessa época, era uma das pessoas mais procuradas da ALN no Rio de Janeiro.
Tentando romper o cerco, teria matado um policial. Após correr alguns metros, foi aprisionada viva, dentro de um ônibus onde havia se refugiado, e conduzida imediatamente para a delegacia de Invernada de Olaria.
Aurora foi submetida a pau de arara, sessões de choques elétricos, espancamentos, afogamentos e queimaduras. Também lhe aplicaram a coroa de cristo, fita de aço que vai sendo apertada gradativamente e aos poucos esmaga o crânio.
Morreu no dia seguinte e seu corpo, crivado de balas, foi jogado na esquina das ruas Adriano e Magalhães Couto, no bairro do Méier. A versão oficial divulgada foi de que ela teria sido morta a tiros durante tentativa de fuga.
O laudo do IML, firmado por Elias Freitas e Salim Raphael Balassiano, omite o nome de Aurora, mas confirma a versão da morte em tiroteio. Descreve 29 perfurações por projétil de arma de fogo, não especificando entretanto as entradas e saídas dos tiros. Foram encontrados oito projéteis em seu corpo, deflagrados a curta distância. O tórax e abdômen são transfixados por projéteis, mas o laudo registra que “as cavidades plurais não contêm sangue; a cavidade abdominal não contém sangue; na região glútea direita há três orifícios sem reação vital” — prova de que esses tiros foram dados quando Aurora já estava morta, apenas para confirmar o tiroteio que não ocorreu e que é paradoxalmente assumido como verdadeiro pelos legistas. As lesões no crânio são descritas como feridas irregulares de 60 e 36 milímetros de extensão, localizadas nos parietais esquerdo. Essas medidas não são de projéteis – confirmando o uso do instrumento ‘coroa de cristo’.
A morte de Aurora sob tortura foi confirmada pelo depoimento do general de brigada na reserva e ex-comandante do DOI-CODI Adyr Fiúza de Castro no livro Os anos de chumbo: a memória militar sobre a repressão, organizado por Maria Celina D’Araujo, Gláucio Ary Dillon Soares e Celso Castro. O depoimento do general mostra que ele sabia das torturas praticadas no quartel; fala da violência dessas torturas e assume que, sendo impossível interrogar Aurora, nem pensou em enviá-la para um hospital, sendo melhor deixá-la morrer onde estava. Permitiu ainda o general sabedor dos fatos, que a versão dos órgãos de segurança para a morte de Aurora fosse um fantasioso tiroteio no Méier, apesar do engano ao referir-se ao “fusca” que, segundo ele e a versão oficial teria fugido, mas que aparece nas fotos de perícia. O general relata as circunstâncias da prisão de Aurora, “tal como lhe foi contado”. Ao ser interpelada por uma viatura dos agentes da Invernada de Olaria, Aurora reagira à prisão, matando um agente e ferindo outro. “Um agente conseguiu segurá-la pelas pernas e debaixo de muito pau a pegaram e meteram na viatura”. Diz ainda o general Fiuza: “Foi para a Invernada de Olaria. E eles não estavam satisfeitos com um dos seus companheiros morto, com o rosto completamente estraçalhado. Calculo o que fizeram com ela”.
Afirma que estava no CODI, no I Exército, quando recebeu telefonema sobre a captura de uma moça, que seria do interesse do CODI. Diz o livro, às fls. 76/77: “Eu mandei um oficial meu ir lá para identificá-la. Ela estava em péssimo estado, não vai resistir nem uma ou duas horas mais. — O senhor quer que eu a traga? Não, não traga coisa nenhuma. Quem é ela? Ele disse o nome: Aurora Maria Nascimento Furtado. Um livro que um desses camaradas escreveu diz que, na Invernada, ela foi submetida à ‘coroa de cristo’, um negócio que aperta a cabeça. Isso não me foi dito nem pelo comandante do DOI, nem pelo oficial que foi à Invernada de Olaria. Mas se eles fizeram isso, fizeram crentes que estavam lidando com uma traficante fria, que matou um dos seus friamente. Acho que essa moça era muito valente, mas não deu entrada em DOI, não ‘abriu’ coisa alguma. Os documentos que estavam com ela fizeram com que o pessoal da Invernada acabasse desconfiando que ela não era traficante e que estava simplesmente cobrindo um ‘ponto’. Morreu no mesmo dia (...)”.
O pai da militante morta, Mauro Albuquerque Furtado, reconheceu o corpo da filha em 11 de novembro de 1972, que foi levado para São Paulo e entregue à família em caixão lacrado, com a determinação para que não fosse aberto.
A família não só não acatou tal ordem como também, através de advogados, obteve nova necrópsia do IML, que constatou no corpo de Aurora, inúmeros sinais das torturas sofridas (queimaduras, cortes profundos, hematomas generalizados) com um afundamento no crânio de cerca de 2 cm, proveniente do emprego da "coroa de cristo", a causadora da morte.
Eny Moreira, advogada de presos políticos durante a ditadura militar, que liberou o corpo de Aurora à pedido da família, relatou que ele estava dilacerado, com afundamento do maxilar, um corte do umbigo à vagina, fratura externa num dos braços, sem bicos dos seios e um olho saltado, resultante do esmagamento do crânio
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