terça-feira, 31 de março de 2015

ESCRAVIDÃO

Dono de seu espírito
E não da alma que se liberta
Durante o sono e em sonhos
Fugidios dos grilhões que envolvem membros
Naqueles usurpados corpos
Que sequer sabiam da invasão alheia
Quando fisgados em teias
Seguiram direto para a senzala
Porque a casa grande não lhes acolhia
Muito menos os cabia...
Eu, capitão do parto...
Dei-te luz e ensinamento
Na condição de aprendiz
Contei cada estrela do céu
E, percebi o teu claro escuro brilho
Bem distante lá no firmamento
Para que no romper dos anos
Me tornasse o seu vassalo
Hoje, por ti, luto e venço, penso...
Não mais entro em luto...

Somente em lutas...

DITADURA NUNCA MAIS: HOMENAGEM À LIA

DITADURA NUNCA MAIS: HOMENAGEM À LIA
Telma Regina Cordeiro Correa (LIA) - PRESENTE! Seu espírito viaja e sua alma repousa em cada canto dessa nação que libertaste! ditadura nunca mais. Ponto. DEMOCRACIA SEMPRE! reticências...
Ousar lutar! Ousar vencer! Esquecer jamais!!!
Telma Regina Cordeiro Presente! Para honrar os que lutaram e tombaram por Democracia e Justiça!!
Lia, nome que Telma adotou na luta, desceu do helicóptero encapuzada. Foi amarrada em um pau atrás da casa de comando da base. À meia-noite, depois do interrogatório dos oficiais, o soldado Raimundo Pereira foi chamado para montar guarda. 'Ela chorava muito', conta ele.
Até as 4 horas da manhã, Lia só conseguiu cochilar um pouco. Pediu água, contou que era estudante e disse ser solteira. Depois suplicou para Raimundo amarrá-la sentada.
Dormiu com a cabeça para trás. Na manhã do dia 8 foi encapuzada de novo e escoltada por dois soldados até a pista de pouso, onde entrou em um helicóptero. Meia hora depois o helicóptero voltou. Sem ela".
O jornalista Hugo Studart registra versão completamente diferente em A Lei da Selva:Camponeses dizem ter sido presa pelo agente José Olímpio. Segundo militares, teria morrido de sede e fome, em JAN 74. Após escapar do Chafurdo de Natal e dos cercos posteriores, Lia teria rumado para oeste, perdendo-se numa região rochosa, sem água ou comida, algo raro.
Seu corpo teria sido encontrado pelos militares meses depois. Junto, haveria um diário. Segundo os militares, Lia registrou que estava passando fome e sede, mas que não poderia morrer, pois ainda tinha muita coisa a passar para os outros guerrilheiros para que pudessem continuar a causa.
Escreveu que, quando estava na iminência de se entregar à morte, então cantava, a plenos pulmões, a canção dos guerrilheiros, repetindo sem cessar a estrofe que mais a animava (Guerrilheiro nada teme/ Jamais se abate/ Afronta a bala a servir/ Ama a vida, despreza a morte/ E vai ao encontro do porvir). [...] As últimas anotações de Lia registram palavras como 'estou nas últimas' e 'não aguento mais'. A letra já estava muito fraca, tremida, segundo um militar que leu o diário. Depois disso, nada mais escreveu.
Seus restos mortais nunca foram encontrados.
Carta de despedida de Telma Regina Cordeiro para a família
31/01/1971
Querida família,
Espero que vocês tenham entendido o que está ocorrendo. Estamos felizes e na certeza de que isto é realmente o que queríamos. Não poderíamos viver tranqüilos, sossegados na vida do "dia a dia", tendo consciência que é preciso fazer alguma coisa para libertar nosso povo dessa miséria e exploração. A revolução brasileira está em processo acelerado e não podemos nesta hora nos omitir e deixar de dar nossa contribuição efetiva. Ninguém vai lutar pelo nosso povo a não ser nós mesmos, cabe a nós esta nobre tarefa de ser vanguarda na luta pela libertação de nosso povo e do povo explorado do mundo todo...
Este mundo corrupto, infeliz, cheio de contradições, de miséria, de vícios que conhecemos, não deixaremos para os outros. Nas mãos de cada um de nós está esta responsabilidade. Qualquer homem comum é capaz de construir um mundo melhor. Para isso é necessário que se tenha disposição para lutar, dedicar-se de corpo e alma a esta tarefa, que é a maior contribuição que um homem pode dar à história, à humanidade...
Agora sabemos que nossa passagem pelo mundo foi importante. É necessário estar-se convicto para poder de sã consciência abdicar da vida privada, particular, para dedicar-se de corpo e alma a uma causa política universal... Estamos muito felizes... Esta foi a vida que de livre e espontânea vontade escolhemos... É movido pelo amor de vocês que lutamos. É pensando nos pais, filhos e irmãos que sofrem e morrem nas prisões. É pensando em milhões de famílias que vivem em condições subumanas, vendo seus filhos morrerem de fome... É para que todos possam ter o carinho e o amor de suas famílias, e possam ser felizes como nós, que lutamos...
Estamos aqui, porque precisam de nós. Este povo miserável, doente e analfabeto precisa de quem os ajude e nós estamos prontos para isso... Vocês devem ficar orgulhosos em saber que o quê nos ensinaram e a cultura que vocês nos possibilitaram ter, não está sendo utilizado à toa, que nós não nos corrompemos pelo dinheiro e fomos fiéis ao nosso ideal...
Esta vontade terrível de viver, esta alegria pela vida, este amor pelo homem, pela humanidade, esta esperança de um mundo melhor, aprendemos com vocês, em todas nossas alegrias e tristezas... Não deixaram que nos transformássemos em egoístas, individualistas. Quero que meus sobrinhos se orgulhem de mim... Quero que eles, ao serem adultos, desfrutem daquilo que me esforcei para deixar para eles... Alguém dizia: "Quem não conhece a verdade é apenas um ignorante, mas quem a conhece e a esconde é um criminoso".
Telma Regina Cordeiro Corrêa
Publicado por Bruno Ribeiro
Telma Regina Cordeiro Correa (1947-1974), que era filha de Celeste de Almeida Cordeiro e Luiz Durval Cordeiro, nasceu no Rio de Janeiro e era casada com Elmo Corrêa e cunhada de Maria Célia Corrêa, igualmente desaparecidos no Araguaia.
Foi estudante de Geografia em Niterói, na Universidade Federal Fluminense, de onde foi expulsa em 1968 pelo Decreto-Lei 477, devido a sua militância nas atividades do Movimento Estudantil.
Era militante do PCdoB e foi deslocada para a região do Araguaia em 1971, junto com o marido, indo morar nas margens do rio Gameleira, onde ficou conhecida como Lia e seu marido como Lourival.
Segundo depoimentos colhidos junto à caravana de familiares na região, em 1981, pelo advogado paraense e representante da OAB, Paulo Fontelles (também ex-preso político, dirigente estadual do PCdoB e assassinado em 1987 por sua militância na denúncia dos crimes praticados por latifundiários no sul do Pará), Telma teria sido presa em São Geraldo do Araguaia (PA) e entregue a José Olímpio, engenheiro do DNER que trabalhava para o Exército. Passou a noite amarrada no barco desse funcionário, que a entregou aos militares em Xambioá.
José Ferreira Sobrinho, o Zé Veinho, lavrador de idade avançada declarou aos familiares: "Só vi presa a Lia (Telma Regina Corrêa), que se entregou lá no Macário e foi presa. Aí o Macário mandou chamar o Zé Olímpio. Ela dormiu no barraco do Zé Olímpio, que era uma pessoa deles, do Exército. Ela tava sozinha. Disse que tava com um revólver 38 e um facão. Parece que o marido dela era chamado Lourival, esse dizem que tinham matado ele lá no Carrapicho. Isso foi no final. Ela falou que tavam as duas. A Valquíria mais ela.
Depois a Polícia foi para ela achar a outra. Ela não achou. Depois eu soube que pegaram essa outra... O Amadeu, um negro, morador, ajudou-as. Foi preso e muito espancado.
A Lia não sabia que tinham matado o marido dela. Quando ela foi presa, o Zé Olímpio trouxe ela para a base de Xambioá".
O jornalista Hugo Studart registra versão completamente diferente em A Lei da Selva: "Camponeses dizem ter sido presa pelo agente José Olímpio. Segundo militares, teria morrido de sede e fome, em JAN 74. Após escapar do Chafurdo de Natal e dos cercos posteriores, Lia teria rumado para oeste, perdendo-se numa região rochosa, sem água ou comida, algo raro. Seu corpo teria sido encontrado pelos militares meses depois. Junto, haveria um diário. Segundo os militares, Lia registrou que estava passando fome e sede, mas que não poderia morrer, pois ainda tinha muita coisa a passar para os outros guerrilheiros para que pudessem continua a causa. Escreveu que, quando estava na iminência de se entregar à morte, então cantava, a plenos pulmões, a canção dos guerrilheiros, repetindo sem cessar a estrofe que mais a animava (Guerrilheiro nada teme/ Jamais se abate/ Afronta a bala a servir/ Ama a vida, despreza a morte/ E vai ao encontro do porvir).(...) As últimas anotações de Lia registram palavras como 'estou nas últimas' e 'não agüento mais'. A letra já estava muito fraca, tremida, segundo um militar que leu o diário. Depois disso, nada mais escreveu".
Em 26/03/2007, o jornalista Leonel Rocha publicou no Correio Braziliense uma versão que, a exemplo da transcrição anterior de Hugo Studart, deve ser registrada com cautela. Trata-se do depoimento de um dos recrutas do Exército que serviram na área durante a repressão à guerrilha, e que vêm se articulando nos últimos anos para exigir da União uma indenização pecuniária por seqüelas que alegam lhes terem sido provocadas pelos combates.
Raimundo Antônio Pereira de Melo, formado em 1974 no 52º Batalhão de Infantaria de Selva, hoje com 53 anos, conta uma história completamente diferente para o desaparecimento de Telma, responsabilizando exatamente o capitão Pedro Correia Cabral, da Aeronáutica. Esse oficial já escreveu um livro sobre o Araguaia, foi capa da revista Veja e prestou contundente depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, com chocantes revelações sobre a "Operação Limpeza", determinada pelos altos poderes da República, em Brasília. Cabral sustenta que participou pessoalmente, como piloto de helicóptero, de uma missão hedionda de transporte de cadáveres de guerrilheiros, exumados após muitos meses e, portanto, já em adiantado estado de decomposição, para incineração no topo da Serra das Andorinhas numa fogueira onde se entremeavam restos mortais de combatentes e pneus.
Nessa matéria, Leonel Rocha apresenta como data do desaparecimento 7 de setembro: "Melo recorda-se da tarde do 7 de setembro de 1974.
Ele estava de guarda junto com dois colegas xarás, Raimundo Lopes de Souza e Raimundo Almeida dos Santos, quando chegou à base do Exército, em Xambioá, a guerrilheira Lia. Era o codinome de Telma Regina Cordeiro Corrêa. Eles vigiaram a militante do PCdoB durante toda a
noite. Melo relembra que ela só bebeu água antes de dormir. No dia seguinte pela manhã e armados com fuzil FAL, Melo e os colegas levaram Lia algemada e encapuzada para embarcar em um helicóptero. A prisioneira foi entregue viva ao então capitão Cabral.
O antigo soldado anotou a numeração do fuzil que usava no dia (106361) e a identificação do helicóptero (VH 1H) que transportou a guerrilheira.
Ele temia que um dia pudesse ser acusado de alguma irregularidade por ter sido o carcereiro de Lia. O ex-recruta conta que o capitão Cabral recebeu Lia presa, levantou vôo e retornou com o helicóptero vazio à base de Xambioá apenas 20 minutos depois. Segundo Melo, o oficial disse, na ocasião, que tinha levado a mulher para Brasília, a cerca de mil quilômetros de distância.
'Entregamos a presa viva ao oficial. Ele é quem tem de dar conta do corpo até hoje desaparecido', diz Melo. Segundo informações das Forças Armadas, Lia teria sido morta em combate em janeiro de 1974, oito meses antes de Melo tê-la vigiado e entregue ao oficial Cabral. 'Estamos dispostos a testemunhar que entregamos a guerrilheira viva ao capitão', promete Melo".
Anteriormente, em 1974, a revista IstoÉ já tinha publicado matéria de Leandro Loyola que aponta a data de setembro para o desaparecimento, a partir da mesma fonte: "Quatro meses depois, no final da tarde de 7 de setembro, chegou Lia. Estudante de Geografia, ela estava na luta havia três anos com o marido, Elmo Corrêa, estudante de Medicina. Já viúva, Lia foi presa junto com a guerrilheira Dinalva Oliveira Teixeira, a Dina, em São Geraldo, às margens do Rio Araguaia.
Lia desceu do helicóptero encapuzada. Foi amarrada em um pau atrás da casa de comando da base. À meia-noite, depois do interrogatório dos oficiais, o soldado Raimundo Pereira foi chamado para montar guarda. 'Ela chorava muito', conta ele. Até as 4 horas da manhã, Lia só conseguiu cochilar um pouco. Pediu água, contou que era estudante e disse ser solteira. Depois suplicou para Raimundo amarrá-la sentada.
Dormiu com a cabeça para trás. Na manhã do dia 8 foi encapuzada de novo e escoltada por dois soldados até a pista de pouso, onde entrou em um helicóptero. Meia hora depois o helicóptero voltou. Sem ela".
No relatório apresentado pelo Ministério da Marinha, em 1993, ao ministro da Justiça Maurício Corrêa, a data registrada para a morte de Telma, no entanto, é janeiro de 1974.
Seus restos mortais nunca foram encontrados.
SEÇÃO DITADURA NUNCA MAIS

DITADURA NUNCA MAIS: 51 ANOS DO GOLPE MILITAR DE 1964

SEÇÃO DITADURA NUNCA MAIS
Tenho cinquenta e um anos de idade
Tenho orgulho de ser Brasileiro
Mas me envergonha essa data abaixo:
51 anos do Golpe Militar
Uma péssima ideia
Parece mentira
1º de abril de 1964
Mas a realidade foi dura
Morte, prisão, morte, tortura, morte, exílio, morte...
Até o fim da ditadura...
Muitas vidas ceifadas
Almas ausentes dos seus queridos entes
Espíritos sempre presentes
Lembrança triste que engrandece toda essa gente
Que lutou pela nossa LIBERDADE...


"Ousar lutar! Ousar vencer! Esquecer jamais!!!"
Brava GENTE; POVO SOFRIDO; NAÇÃO BRASILEIRA: Presentes! 
"Para honrar os que lutaram e tombaram por Democracia e Justiça!!"...
51 anos do Golpe Militar de 1964 no Brasil
Para saber mais sobre a ditadura, assista ao documentário 15 filhos, que resgata a memória de infância dos filhos de militantes presos, mortos ou desaparecidos.
http://tal.tv/es/video/regime-militar/
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51 años del golpe militar en Brasil 1964
Para aprender más sobre la dictadura, vea el documental '15 niños', que rescata la memoria de la infancia de los hijos de militantes encarcelados, muertos o desaparecidos.
http://tal.tv/es/video/regime-militar/

segunda-feira, 30 de março de 2015

DITADURA NUNCA MAIS: HOMENAGEM À AURORA MARIA NASCIMENTO FURTADO - PRESENTE

SEÇÃO DITADURA NUNCA MAIS: HOMENAGEM À AURORA MARIA NASCIMENTO FURTADO - PRESENTE
"Ousar lutar! Ousar vencer! Esquecer jamais!!!
Aurora Maria Nascimento Furtado Presente!
Para honrar os que lutaram e tombaram por Democracia e Justiça!!"
Aurora de fato teve o seu "nascimento" furtado pela repressão da ditadura militar que não abria inquéritos e, sim, valas, além de dilacerar corpos; ceifar vidas; desovar cadáveres; e, lacrar caixões
Ousar lutar! Ousar vencer! Esquecer jamais!!!
Aurora Maria Nascimento Furtado Presente!
Para honrar os que lutaram e tombaram por Democracia e Justiça!!
Aurora foi presa e levada viva para a Delegacia, aonde foi submetida a sessões de pau de arara e choques elétricos, espancamentos, afogamentos e queimaduras.
Também submetida ao suplício da "Coroa-de-cristo", uma tira de aço com parafusos colocada em volta da cabeça que gradativamente apertada leva ao esmagamento do crânio fazendo os olhos saltarem para fora das órbitas.
Morreu no dia seguinte e seu corpo foi crivado de balas e jogado na esquina das ruas Adriano e Magalhães Couto, no bairro do Méier.
O pai, Mauro Albuquerque Furtado, reconheceu o corpo da filha em 11 de novembro de 1972, que foi levado para São Paulo e entregue à família em caixão lacrado, com a determinação para que não fosse aberto.
A família não só não acatou tal ordem como também, através de advogados, obteve nova necrópsia do IML, que constatou no corpo de Aurora, inúmeros sinais das torturas sofridas (queimaduras, cortes profundos, hematomas generalizados) com um afundamento no crânio de cerca de 2 cm, proveniente do emprego da "coroa de cristo", a causadora da morte.
Eny Moreira, advogada de presos políticos durante a ditadura militar, que liberou o corpo de Aurora à pedido da família, relatou que ele estava dilacerado, com afundamento do maxilar, um corte do umbigo à vagina, fratura externa num dos braços, sem bicos dos seios e um olho saltado, resultante do esmagamento do crânio
Aurora Maria Nascimento Furtado, filha de Mauro Albuquerque Furtado e Maria Lady Nascimento Furtado, era estudante de psicologia na Universidade de São Paulo e ativa militante do movimento estudantil nos anos 1967–68, e colaborava na imprensa da União Nacional dos Estudantes (UNE), de São Paulo.
Foi também funcionária do Banco do Brasil, na agência Brás, capital paulista.
Foi presa em 9 de novembro de 1972, depois de ser detida numa blitz policial. Nessa época, era uma das pessoas mais procuradas da ALN no Rio de Janeiro.
Tentando romper o cerco, teria matado um policial. Após correr alguns metros, foi aprisionada viva, dentro de um ônibus onde havia se refugiado, e conduzida imediatamente para a delegacia de Invernada de Olaria.
Aurora foi submetida a pau de arara, sessões de choques elétricos, espancamentos, afogamentos e queimaduras. Também lhe aplicaram a coroa de cristo, fita de aço que vai sendo apertada gradativamente e aos poucos esmaga o crânio.
Morreu no dia seguinte e seu corpo, crivado de balas, foi jogado na esquina das ruas Adriano e Magalhães Couto, no bairro do Méier. A versão oficial divulgada foi de que ela teria sido morta a tiros durante tentativa de fuga.
O laudo do IML, firmado por Elias Freitas e Salim Raphael Balassiano, omite o nome de Aurora, mas confirma a versão da morte em tiroteio. Descreve 29 perfurações por projétil de arma de fogo, não especificando entretanto as entradas e saídas dos tiros. Foram encontrados oito projéteis em seu corpo, deflagrados a curta distância. O tórax e abdômen são transfixados por projéteis, mas o laudo registra que “as cavidades plurais não contêm sangue; a cavidade abdominal não contém sangue; na região glútea direita há três orifícios sem reação vital” — prova de que esses tiros foram dados quando Aurora já estava morta, apenas para confirmar o tiroteio que não ocorreu e que é paradoxalmente assumido como verdadeiro pelos legistas. As lesões no crânio são descritas como feridas irregulares de 60 e 36 milímetros de extensão, localizadas nos parietais esquerdo. Essas medidas não são de projéteis – confirmando o uso do instrumento ‘coroa de cristo’.
A morte de Aurora sob tortura foi confirmada pelo depoimento do general de brigada na reserva e ex-comandante do DOI-CODI Adyr Fiúza de Castro no livro Os anos de chumbo: a memória militar sobre a repressão, organizado por Maria Celina D’Araujo, Gláucio Ary Dillon Soares e Celso Castro. O depoimento do general mostra que ele sabia das torturas praticadas no quartel; fala da violência dessas torturas e assume que, sendo impossível interrogar Aurora, nem pensou em enviá-la para um hospital, sendo melhor deixá-la morrer onde estava. Permitiu ainda o general sabedor dos fatos, que a versão dos órgãos de segurança para a morte de Aurora fosse um fantasioso tiroteio no Méier, apesar do engano ao referir-se ao “fusca” que, segundo ele e a versão oficial teria fugido, mas que aparece nas fotos de perícia. O general relata as circunstâncias da prisão de Aurora, “tal como lhe foi contado”. Ao ser interpelada por uma viatura dos agentes da Invernada de Olaria, Aurora reagira à prisão, matando um agente e ferindo outro. “Um agente conseguiu segurá-la pelas pernas e debaixo de muito pau a pegaram e meteram na viatura”. Diz ainda o general Fiuza: “Foi para a Invernada de Olaria. E eles não estavam satisfeitos com um dos seus companheiros morto, com o rosto completamente estraçalhado. Calculo o que fizeram com ela”.
Afirma que estava no CODI, no I Exército, quando recebeu telefonema sobre a captura de uma moça, que seria do interesse do CODI. Diz o livro, às fls. 76/77: “Eu mandei um oficial meu ir lá para identificá-la. Ela estava em péssimo estado, não vai resistir nem uma ou duas horas mais. — O senhor quer que eu a traga? Não, não traga coisa nenhuma. Quem é ela? Ele disse o nome: Aurora Maria Nascimento Furtado. Um livro que um desses camaradas escreveu diz que, na Invernada, ela foi submetida à ‘coroa de cristo’, um negócio que aperta a cabeça. Isso não me foi dito nem pelo comandante do DOI, nem pelo oficial que foi à Invernada de Olaria. Mas se eles fizeram isso, fizeram crentes que estavam lidando com uma traficante fria, que matou um dos seus friamente. Acho que essa moça era muito valente, mas não deu entrada em DOI, não ‘abriu’ coisa alguma. Os documentos que estavam com ela fizeram com que o pessoal da Invernada acabasse desconfiando que ela não era traficante e que estava simplesmente cobrindo um ‘ponto’. Morreu no mesmo dia (...)”.
O pai da militante morta, Mauro Albuquerque Furtado, reconheceu o corpo da filha em 11 de novembro de 1972, que foi levado para São Paulo e entregue à família em caixão lacrado, com a determinação para que não fosse aberto.
A família não só não acatou tal ordem como também, através de advogados, obteve nova necrópsia do IML, que constatou no corpo de Aurora, inúmeros sinais das torturas sofridas (queimaduras, cortes profundos, hematomas generalizados) com um afundamento no crânio de cerca de 2 cm, proveniente do emprego da "coroa de cristo", a causadora da morte.
Eny Moreira, advogada de presos políticos durante a ditadura militar, que liberou o corpo de Aurora à pedido da família, relatou que ele estava dilacerado, com afundamento do maxilar, um corte do umbigo à vagina, fratura externa num dos braços, sem bicos dos seios e um olho saltado, resultante do esmagamento do crânio

CONEXÃO CUBA/PARIS

Deitado, cansado e ouvindo rap...
Hoje, senti uma dor terrível na consciência
É que ter vergonha da vergonha alheia gera um mal estar
Mas é preciso ter certa resistência
Para entender a razão dos dementes 
E o porquê da proliferação das mesmas demências
Um engodo é explorado e o golpe orquestrado
Em qual mentira eu vou acreditar...
Pior, eu já vi esse filme e fugi para mato
Mas confesso que prefiro praia do que mato ou morro
Ando sem capa e espada
Mas minha vocação é para Zorro nunca Tonto
Resolveram me extraditar para Cuba 
Quem me dera, ir para a ilha caribenha
E, aqui deixar a minha Pátria prenha
Gestando o meu pensar coletivo
No bucho desse mesmo indivíduo
Ninguém quer me mandar para Paris
Acho que da morte escapei por um triz
Je sui perdi, o meu lugar é mesmo aqui... 
Conexão Cuba/Paris e Paris/Cuba somente retornando ao Brasil 
Voltei para a pátria que me pariu
Em qual mentira devo acreditar?
FUI...

SEÇÃO DITADURA NUNCA MAIS: HOMENAGEM AO JOVEM ESTUDANTE EDSON LUÍS DE LIMA SOUTO DE 18 ANOS...

SEÇÃO DITADURA NUNCA MAIS: HOMENAGEM AO JOVEM ESTUDANTE EDSON LUÍS DE LIMA SOUTO DE 18 ANOS...
BALA MATA FOME?
UM JOVEM FOI MORTO PARA QUE OS VELHOS FICASSEM NO PODER...
EDSON LUÍS DE LIMA SOUTO: PRESENTE
EDSON VIVE NA NOSSA MEMÓRIA E NA HISTÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL...
Há 47 anos, tombava morto, assassinado pela ditadura militar, o estudante secundarista Edson Luis de Lima Souto. Tinha só 18 anos.
MATARAM UM ESTUDANTE, PODIA SER SEU FILHO
No dia 28 de março de 1968, o estudante paraense Edson Luís, com apenas 18 anos, era assassinado pelo regime militar no restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro.
Na época, os estudantes organizavam uma passeata para protestar contra o alto preço e a má qualidade da comida servida no restaurante. A Polícia Militar, que outras vezes já havia reprimido os estudantes no local, chegou ao restaurante com muita repressão. Na invasão, cinco jovens ficaram feridos e dois foram mortos. Um foi Benedito Frazão Dutra, que morreu no hospital, o outro foi Edson, que levou um tiro covarde no peito, à queima-roupa, de uma arma calibre 45.
Naquele momento, o jovem Édson Luís perdia sua vida e se tornava símbolo para a vida de muitos outros. Seu corpo foi levado pelos estudantes até a Assembléia Legislativa e velado à noite. Mais de 50 mil pessoas compareceram ao enterro, gritando palavras de ordem contra o governo e a violência: “Mataram um estudante. Podia ser seu filho!”, “Bala mata fome?”, “Os velhos no poder, os jovens no caixão”.
As manifestações de pesar e revolta aconteceram uma atrás da outra: greve nacional dos estudantes, luto por 3 dias no Rio de Janeiro, paralisação de espetáculos teatrais.
Hoje, a memória de Edson Luís segue viva no dia-a-dia do movimento estudantil. A luta por mais qualidade nos restaurantes universitários, bibliotecas e laboratórios, mais investimentos na educação mostra que suas reivindicações não foram em vão.
Já é tradicional no calendário do movimento estudantil brasileiro ocupar as ruas das capitais do país na chamada Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, que acontece anualmente em março, mês simbólico justamente pela morte de Edson.
Cada conquista leva um pouco do seu nome. Edson Luís, presente!

BRICS

QUAL BRASIL QUE VOCÊ QUER AQUELE REFÉM DO FMI OU O NOVO BRASIL UM DOS MENTORES E PARTÍCIPE DO BRICS INTERROGAÇÃO
Brasil
Rússia
Índia
China
Sul África (África do Sul)...
★ A grandiosidade do Governo PT, com Lula e hoje com Dilma Rousseff !! Leiam para entender onde estavámos no governo FHC e onde estamos no governo Dilma Roussef...
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