ASSASSINATO
Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros – Marechal Hermes - Rio de Janeiro - Brasil
Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros – Marechal Hermes - Rio de Janeiro - Brasil
A
madeira
geme,
tudo em volta treme,
Vai começar mais um assassinato !
Som de moto-serra, galhos se quebrando,
pássaros voando, o tombo, o choque,
o
impacto!
Tudo silencia.
No chão, pétalas, frutos, poeira, sementes,
seiva, sangue, ninhos... filhotinhos !
...e um tronco centenário jaz... dormente.
No ar,
polens, néctares, essências de folhagens,
e a sensação de miragens novas, fortes, contundentes.
Forma-se um clareira inoportuna, insensata...
olhos sombrios espreitam, vindos de dentro da mata.
Será que são olhos de índios ?
de pajés,
de curandeiros ?
de tupã...
ou
de duendes ?
De sacis,
de caiporas,
de guerreiros ?
... ou espíritos da floresta que olham por uma fresta
de folhas,
o que nos resta ?
...ou olhos de passarinhos,
de antas,
de onças pintadas,
tamanduás,
capivaras,
araras,
ou macacos,
ou répteis,
ou anfíbios,
dentro do mato...
ou insetos, Inquietos ?
Já começou o desmatamento.
O chão vai ficando plano,
fogo espalha-se com o vento,
o céu fica poluído,
a vida fica sem sentido,
no inverno, há calor;
no verão, há frio
O ar torna-se nevoento...
seca o lago,
a fonte,
o rio.
De repente alguém me acorda:
Ei, está na hora, amigo !
Hora de quê ?
De trabalhar ?
De estudar ?
De sonhar ?
Não,
de fugir,
buscar abrigo.
Onde ?
No Céu ?
No mar ?
No ar ?
madeira
geme,
tudo em volta treme,
Vai começar mais um assassinato !
Som de moto-serra, galhos se quebrando,
pássaros voando, o tombo, o choque,
o
impacto!
Tudo silencia.
No chão, pétalas, frutos, poeira, sementes,
seiva, sangue, ninhos... filhotinhos !
...e um tronco centenário jaz... dormente.
No ar,
polens, néctares, essências de folhagens,
e a sensação de miragens novas, fortes, contundentes.
Forma-se um clareira inoportuna, insensata...
olhos sombrios espreitam, vindos de dentro da mata.
Será que são olhos de índios ?
de pajés,
de curandeiros ?
de tupã...
ou
de duendes ?
De sacis,
de caiporas,
de guerreiros ?
... ou espíritos da floresta que olham por uma fresta
de folhas,
o que nos resta ?
...ou olhos de passarinhos,
de antas,
de onças pintadas,
tamanduás,
capivaras,
araras,
ou macacos,
ou répteis,
ou anfíbios,
dentro do mato...
ou insetos, Inquietos ?
Já começou o desmatamento.
O chão vai ficando plano,
fogo espalha-se com o vento,
o céu fica poluído,
a vida fica sem sentido,
no inverno, há calor;
no verão, há frio
O ar torna-se nevoento...
seca o lago,
a fonte,
o rio.
De repente alguém me acorda:
Ei, está na hora, amigo !
Hora de quê ?
De trabalhar ?
De estudar ?
De sonhar ?
Não,
de fugir,
buscar abrigo.
Onde ?
No Céu ?
No mar ?
No ar ?
Não, irmão...
No teu...
S
I
L
Ê
N
C
I
O
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I
L
Ê
N
C
I
O
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