sábado, 13 de dezembro de 2014

A NUDEZ

Vejo corpos nus
vejo mentes nuas
a realidade crua
fujo para a rua.
Faço rima em canções desnudas
rimas que faço nas folhagens
manar branco em versos negros, faço.
Desnudo minh'alma a expressar sentimentos indefinidos
Voo sozinho nu pelas ruas
viajo nu em pensamentos
sombras, risos e lamentos
vivo o vão momento.
Dispo-me dos preconceitos e dos conceitos,
das regras e padrões nem falo
rimo nu em versos de alta linhagem
sem a falsa roupagem.
Voa verso voa nu, pois tua é a liberdade.
Voe bem alto nu em pena
sem pena
vale a pena voar e despir.
Desnuda está a minha aura
e alma
assim como nus estão os meus sonhos.
Jamais o meu espírito
Posto que este é pura Luz...
Vejo corpos nus
vejo mentes nuas
velejo nu pelos mares da vida
Nua e aberta está minha ferida
nua triste e alegre vida.
Nua flor sem pétalas
sem folhas e galhos
sem caule e sem terra
sem vida
talvez fosse filha de semente nua
nossa triste realidade crua
frutos nus e sem gosto hão de nascer
na triste nudez de viver.
Viajo nu pelo universo
tento fazer rima em prosa sai verso
reviro a gamela dos sentimentos
verso e anverso
nuas rimas vestidas
travestidas de floreamentos,
tristes palavras ornadas
tão nuas e tão peladas
versos perdidos na estrada.
Estou me desnudando a escrever estes versos nus
e ando nu pela casa em viajar a nudez de alma
em reflexo no espelho
ora também nu.
Admiro a linda nudez da minha outra metade
ali sim é alegre a realidade
a nudez de garota puberdade
a nudez da Íris em solo sem Arco.
A beleza nua, impar e incolor
a nudez do meu amor.
Dispo também as meninas dos meus olhos
e quantas meninas mais hei de despir
mesmo se totalmente nu me despedir
nua lua
nu sol
desnudo buraco negro...
A nudez bemol.
Desnudarei as minhas crias
assim como nasci
e como deveria estar, nu.
Nu com a inocência das crianças e dos índios
nu sem essa de paraíso.
Nu como nascem
Nu como fazemos
as crianças.
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