Quando iniciei o meu curso de letras em 2001, pesquisei bastante sobre a nossa grafia. Aliás, estudei o processo de formação do vocabulário gírico de alguns grupos até concluir uma monografia sobre o processo de formação de algumas palavras. Arrolei mais de trezentos verbetes, inclusive a novidade da época que era a linguagem da internet. Outra questão que estudei bastante foi a da fonética, creio que aí cabia, sim, uma discussão maior, pois realmente há um grande equívoco no ensino da nossa língua portuguesa, mesmo porque ensina-se que no nosso alfabeto tem somente cinco vogais: a, e, i, o, u quando na verdade possui sete: a, é, ê, i, ó, ô, u, fato este que diferencia a pronúncia e abarca a gama de verbetes que são utilziados nos diversos estados e regiões do Brasil. Não estou aqui defendendo a mudança, mas realmente algumas letras que aqui no nosso país são chamadas de letras, na verdade, não podem ser tratadas como letra, pois uma letra deve possuir um som e este em conjunto com uma determinada vogal possui o seu som específico e, tudo isso fica claro quando utilizamos dígrafos, ou seja, letras que substituem letras existentes (diga-se sons existentes). Veja bem que o equívoco de se ensinar a separação de sílabas que fica em desacordo com o som emitido por cada sílaba, exemplo: carro = car ro, sendo que o som da primeira sílaba é ca (ka) e a segunda rro(ro), logo o som do primeiro erre (na função de dígrafo) altera o som real da primeira sílaba e, por conseguinte, o da segunda sílaba ro. Mas se ensinasse a regra de separação de sílaba respeitando o som de cada sílaba e uma outra regra de translineação, logo, tal diferença seria devidamente entendida. A questão da letra agá, que nas línguas germânicas possuem um som de "r" é explicável e aceitável, pois, que diferença tem uma letra que não produz som. Logo o omem jamais deixará de ser homem se perder o "h", aliás, como perder algo que nunca teve, ou seja, o som de uma letra que no nosso alfabeto não é considerado letra. Na língua inglesa tudo bem, pois se não pronunciar o "h" home vira ome e tal palavra perde o sentido. Bem, a questão é muito polêmica quando se pretende mudar algo que está arraigado e toda mudança provoca um certo estranhamento, pois até oje não consigo voar em voo sem o acento no primeiro "ô" que são vogais com o mesmo som apesar do acento suprimido...
Uma comissão técnica do Senado Federal, composta por professores como Pasquale Cipro Neto e Ernani Pimentel, está estudando uma nova reforma ortográfica da Língua Portuguesa. O objetivo é simplificar e aperfeiçoar a nossa língua. Veja o que mais mudaria:
- Sem “H”
Deixa-se de escrever o “h” no início das palavras, porque ele não é pronunciado. Exemplos: oje, ora, istória, omem etc.
- ”QU” SEM O “U”
Deixa-se de escrever o “u”, porque não é pronunciado. Exemplos: qero, aqilo, leqe, qeijo etc.
- “CH” por “X”
Somente a letra “x” poderia representar esse som. Exemplos: flexa, maxo, caxo etc.
- “S” por “Z”
Somente a letra “z” seria usada para representar o som de za, ze, zi, zo, zu. Exemplos: bluza, analizar, ezuberante etc.
- Sem “SS”, “Ç”, “SÇ”, “XÇ” e “XC”
Os encontros consonantais acima seriam eliminados. O som de “s” seria representado apenas pela letra “s”. Exemplo: amasar, eseção etc.