sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

CRÔNICA DA VIDA URBANA II: EXERCÍCIO DE PACIÊNCIA

Dizem que as pessoas francas, transparente e exigentes são sem educação, pois reagem bruscamente quando são desafiados. Penso o contrário, mas quem sou eu para julgar o pensar alheio, apenas estou junto de todos neste mundo e procuro ser coerente com os meus pensamentos, muito embora não possa dosar as minhas reações diante de alguma injustiça.
Pois bem, ontem, durante o intervalo para almoço do Seminário sobre Reforma da Previdência, resolvi ir até uma casa lotérica para sacar dinheiro e fazer uma fezinha, pois o dinheiro que tinha era pouco para as contas do dia.
Para a minha sorte ou azar, logo de frente a Faculdade de Direito da UFMG havia uma Loteria em pool de lojas na rua Guajajaras. Chegando lá, consegui de pronto fazer os meus jogos, mas quando fui pagar, e seria por meio de débito automático porque precisava de certa quantia em dinheiro, a funcionária disse que eles não tinham dinheiro para saque. Aliás, eu necessitava de 4X em espécie e ela me propôs sacar apenas 1X em dinheiro. Agradeci, e retirei uma nota da minha carteira e paguei o meu jogo em silêncio. Então, ela reclamou porque eu não aceitei sacar a quantia que ela queria e não a quantia que eu precisava. Dá para entender? Realmente, contei até dez e fui embora após dizer a seguinte frase: não fique triste, como vocês estão precisando mais de dinheiro do que eu, resolvi pagar em dinheiro...
Bem, como foi frustada a minha intenção de sacar dinheiro na Lotérica, tratei de ir logo almoçar para não me atrasar para as palestra da tarde.
Depois do almoço, para minha sorte ou meu azar, percebi havia outra Casa Lotérica no mesmo quarteirão do restaurante que havia almoçado. Chegando lá, peguei uma fila pequena, tinha no máximo quatro pessoas, logo, pensei, que sairia de lá rápido porque tratava-se de fila única e havia três caixas abertos. Assim, quando estava próximo de chegar a minha vez, era o primeiro a ser atendido quando algum desses caixas vagassem, aparece um senhor trajando roupa social; olha para as pessoas ali paradas; seque em frente dos três caixas e, sem dar qualquer chance de alguém falar algo, percebe que um dos caixas vagara e logo trata de pedir crédito para o seu celular.
Mais uma vez, conto até dez e respiro, espero outro caixa vagar, mas não vaga. Homem que queria por crédito de R$20,00 no seu celular não parecia tão idoso para poder furar fila nem em caixa preferencial, muito menos naquele caixa cuja vez seria a minha. Aliás, o homem nem sabia o número do seu telefone, pois ligou para que alguém o informasse o número do seu próprio telefone celular.
Não obstante à aquela silenciosa indignação, esperei calmamente e um outro caixa vagou. Olhei em direção á funcionária da Lotérica e percebi que o rapaz que acabara de ser atendido esqueceu um nota de R$20,00 no balcão do caixa. Fui atrás dele para entregar o dinheiro, mas não não foi preciso porque o mesmo não fora tão rápido para sair e pude alertá-lo sobre o dinheiro sem necessitar tocar na sua cédula. Fui atendido, rapidamente, e o homem do celular saíra juntamente comigo.
Olhando bem para aquele homem, percebi que o já havia visto, pois ele estava no mesmo evento que eu estava. Não deu outra, aquele indivíduo que sequer olhou para as pessoas na fila foi convidado para a mesa da palestra sobre Reforma Trabalhista.
Ah! Esqueci de dizer que, assisti toda a palestra e todo o debate, mas o homem continuava lá calado e, somente no final, nas considerações finais, aquele senhor abriu a boca para falar... Então, saí, discursos são inócuos sem as devidas atitudes...

Dizem que, existe um acordo tácito em prol da mediocridade e se alguma pessoa reage as demais se sentem traídas. Ou seja, você reage incomoda as pessoas em sua volta.
É como aquele estudante que fez a sua parte, estudou e tirou nota boa na prova, ele é mal visto pela turma, pois todos os outros tiraram notas ruins. Então, se ele não tivesse estudado e tirado nota boa, o professor que seria considerado ruim porque deu notas ruins para todos eles. Isto é, como você estudou e tirou nota boa, você se tornou diferente dos outros que tiraram notas ruins que por comodismo ou preguiça não estudaram. Quando você faz diferente ou reage, você se espoe e fica mal visto.
Quer saber, o melhor mesmo é reagir...

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