quarta-feira, 5 de abril de 2017

VENDO MINHA MÃE

Eterna escultura: Ateliê Arma-zen


Vendo minha mãe
Vejo um mundo que desconheço por completo
Mistérios a serem revelados sob um outro prisma

Vendo minha mãe
Para que ela não veja as injustiças da vida
E para que não enxergue a realidade nua
Crua imagem de quem nunca se vê...

Vendo minha mãe
Vejo o outro lado da moeda
Cara sem coroa e coroa sem cara

Vendo minha mãe
Percebo o quanto somos pequenos
E o quanto somos reduzidos
Dia após dia até depois da morte...


Como bom comerciante vendo tudo
Um pouco de cada coisa
Vendo até as pessoas
Confesso que umas são mais caras
Enquanto outras são bem baratas
Vendo tudo á vista e a prazo, mas só não...
Vendo minha mãe

Vendo minha mãe
Mas a guio por mundos nunca antes explorados

Vendo minha mãe
Percebo o quanto somos pequenos
Diante da sorte da morte...



Imagem: Gravity (Lorenzo Quinn)

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