terça-feira, 2 de agosto de 2016

FOTOPOEMA [MEMÓRIAS APAGADAS]

Em um passado remoto
No afastamento do tempo
Existe um espaço
Um outro vácuo
E vários interstícios
Esquecidos do mundo
...
Depois do secar da tinta preta
Quando utiliza-se a última gota de sangue
Somente sobra a tinta branca do tempo
Aquela tinta que Pedra Azul se referia
Nos seus causos do Vale
:
Como não encontra-se respostas
Quando percebe-se que estava fora de moda
Fora do tempo
Fora do espaço
Lembra-se que no silêncio da noite
No apagar das luzes
No escurecer dos olhos míopes
Que havia uma esperança
Somente para o homem da alma presa
Apenas para a alegria daquela abandonada mesa
Que guarda a imagem e a sombra das poesias
Uma vez que cartas
Não se escreve mais
Tudo ficou para trás
Que nem a tinta branca do tempo
Conseguiu desgrudar da pena
Que se desfigurou
Tal qual as lentes da verdade
Que de tão providas de anos
Rompeu-se, partiu-se, quebrou-se...
E neste momento
O que resta senão as imagens
A moldura
O retrato
A amargura
A ranhura
A cesura
A traça
E o mofo
Que fez as mentes desbotarem
Não há como escrever essas memórias
Nem as vagas lembranças...

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