domingo, 16 de fevereiro de 2014

HONESTIDADE

Gestor de Senzala

Além disso, neste quesito, o mais gostoso é empatar, pois se alguém for mais honesto do que Outro, quer dizer que alguém não é tão honesto assim. Estou na disputa sadia por um empate justo. Semana passada, conversando com alguns amigos e colegas de trabalho, perguntei se eu fosse candidato independente à presidência da república se eu poderia contar com as assinaturas deles para convalidar a minha candidatura. Como havia na mesa quatro pessoas, três deles responderam sem questionar que não somente assinariam como também votariam no meu para presidente. Um deles disse que para assinar ou votar em mim, teria que fazer uma pergunta: se eu independentemente do apoio dele continuaria seu amigo. Eu disse, e porque não. Não se pode agradar a todos, mesmo porque, no trabalho, sempre agradei uma parte e desagradei, sem mesmo saber porque, outra. Nunca tive problema em lidar com isto, as pessoas honestas e sinceras não serão nunca um unanimidade. A democracia afirma isto, pois já ganhei uma eleição à Presidência da Associação dos Empregados da Fundação João Pinheiro (AEFJP) por um voto e perdi outra, para Conselheiro do Conselho de Administração de Pessoal (CAP) também por um voto e olhe que nem fiz campanha para esse último cargo, pois achava que o outro candidato era mais qualificado do que eu, pois o mesmo é advogado, já foi vereador de uma cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, candidato a prefeita da mesma cidade e, atualmente, é presidente de um forte sindicato de policiais civis, bem como é vice-presidente de um partido político, além de ser suplente de deputado estadual. Resumindo, ele assumiu a cadeira titular de conselheiro do CAP e eu fui indicado como suplente. Então, passei a frequentar as reuniões como ouvinte e para me preparar para o substituir quando necessário. Aprendi a analisar Processos Administrativos e poucos meses depois, assumi a cadeira de titular e permaneci por quase seis anos. Fui um dos mais atuantes com produção além da média e defendi os interesses dos servidores públicos que tiveram os seus direitos negados pela Administração Pública Estadual. Consegui, através do diálogo, postura firme, estudo da legalidade dos pleitos e até dos aspecto sociais da questões envolvidas, mas acima de tudo com o apoio dos meus pares que, apesar das divergências, sempre me respeitaram. Assim, fui voto vencido diversas vezes, mas reverti quadros em que o servidor não tinha nenhuma chance, mas a minha tese prevaleceu sobre a tese e a posição dos demais. Mas voltando ao meu amigo e colega que foi o único que questionou a minha possível candidatura à presidência da repú
blica (lembrando que tudo não passava de uma brincadeira), pois jamais gostaria de me tornar um político profissional, esse meu colega também teve que responder uma questão elaborada por mim. Perguntei a ele qual a sua opinião sobre a minha gestão na AEFJP? A resposta foi a mais das absurda: é Peninha, acho que você não roubou, não, pelo menos não lembro de qualquer denúncia contra você. Pois bem, esse é o conceito de pessoa honesta, a que não rouba ou pelo menos a que não foi denunciada ou condenada, mas a honestidade está em outras questões tão mais importantes. Mas tem tanto ladrão com a ficha limpa, pois nunca foi denunciado ou julgado, pois nem processos foram instaurados. Eu questionei a esse mesmo amigo se não seria mais prudente, principalmente, um amigo que conhece a minha trajetória e a minha luta contra as injustiças sociais e contra a corrupção em todos níveis. Questionei porque não lembrar o nome de quem assumiu uma Associação com uma nova estrutura na Área Recreativa, com a construção de novo bar, sauna e piscinas, mas que foi gasto todos os recursos financeiros e, mesmo que houvesse R$16.000,00 em caixa, tínhamos dívidas que ultrapassavam a receita mensal, sendo que tivemos que tomar medidas austeras de contenção de gastos e investir na nova estrutura para fazer com que essa pelo menos custeasse as despesas. Resultado, adotamos as medidas necessárias; contratamos pessoas para trabalhar na nova estrutura; revimos todos os contratos; cortamos gastos inócuos e despesas permanentes sem necessidade; buscamos parecias e patrocínio de quase todas nossas atividades; construímos uma pisca de cooper; reformamos o bar antigo; instalamos um consultório odontológico, além de convênios mais atraentes para os associados; reformamos o estacionamento da Fundação João Pinheiro em parceria com a Instituição, sendo que o espaço que era coberto somente de britas foi cimentado e demarcado; fizemos inúmeros eventos de laser na FJP e no clube; mantivemos a sexta-feira o almoço musical, pois contratávamos músicos para tocar no restaurante da FJP; fizemos festas com sorteio e distribuição de brindes em datas comemorativas, tipo dia das crianças, inclusive, colônia de férias para os filhos de associados, sendo que os brindes eram todos doados pelas empresas que expunham os seus trabalhos e os vendiam em local apropriado na FJP; depositamos e aplicamos as nossas reservas financeira na Cooperativa de Crédito Mútuo (Fundacoop), sendo que obtivemos e redistribuímos os lucros em benefícios ao associados; e, o mais extraordinário é que, fizemos tudo isto em apenas em 2 anos de mandato, sendo que deixamos em caixa quase R$100.000,00 e o fluxo financeiro equilibrado, sendo que a receita superava e muito as despesas. Não, mas isto não adiantou para o meu amigo e colega, pois ele lembra que acha que eu não roubei. Que coisa pequena, a máxima do quem rouba mais faz é o que predomina. Contudo, eu lembro muito bem, rumores de roubo e corrupção surgiram, pois era um absurdo a gente fazer tanto com tão pouco. Fui alvo de desconfiança e atacado de forma vil até por um colega de diretoria que saiu candidato da oposição. Exatamente, o vice-presidente que teve todos os seus projetos, inclusive, alguns projetos loucos aprovados se sentiu no direito de faz ilações a meu respeito e levou isto para a sua campanha vitoriosa no comando da AEFJP. Depois, se manteve no cargo e foi reeleito, sendo que muitos projetos loucos se mostraram ineficazes, mas isto ninguém se lembra. Eu mesmo derrotado, não me senti derrotado, pois quem perdeu uma gestão melhor foi o eleitorado da AEFJP que perdeu um colega e líder que poderia ter feito mais no segundo mandato, bem como evitaria uma série de problemas de gestão como ocorreram no futuro. Até a Fundacoop que lutamos tanto teve a sua ideia inicial deturpada, pois quiseram equivocadamente que ela virasse banco; virou e se deu mal, quebrou, pois a corrupção imperou naquela cooperativa que teve que ser incorporada pela Nossacoop, resultado, perdemos tudo. Então, vou encerrar, nem vou falar do meu segundo mandato, quando voltei e venci uma eleição pela diferença de 1 voto e salvei a AEFJP do caos financeiro que se encontrava, para passar o bastão sem tentar a reeleição, pois agora abomino a ideia de perpetuação no poder, uma vez que acredito que a alternância no poder é mais salutar e cada um deve dar a sua contribuição. Quero vencer o preconceito e a discriminação, mas em disputa pela pecha de ser mais ou menos honesto, estou fora, prefiro empatar.
Concordam? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário