domingo, 9 de agosto de 2009

FLOR DE SANGUE


Não se contente apenas com o odor da rosa, pois no jardim onde se colhem as flores, homens se espetam com os espinhos numa vingança da natureza quando estes cortam os talos sem piedade.

Sinta em cada flor o cheiro do corpo de uma pessoa especial que não colheu, mas se espetou com o espinho. Então, sinta também o calor do sangue do poeta que ainda ferve por ti enquanto coagulam lágrimas de saudade.
Assim, em cada rosa que por ventura lhe ofertarem, privilegie somente àquelas que recebeste em regalo, mesmo que seja de segunda mão, pois esta pessoa, que não pode se identificar, deixou mais que as digitais ou uma gota de sangue na rosa. Certamente, deixou parte do seu coração e o brilho reluzente de sua alma somente porque naquele momento pensou num possível amor que durará que tu disseres que a flor já murchou...


LUA


Pablo Nykcaht

De tanto contemplar a lua
Hoje, acordei sem brilho
Não enxerguei o sol
E, também, não pude abrir os olhos...

Tudo isto para guardar a tua imagem
Porque capturei tua silhueta
Na lente desfocada dos meus olhos
Que clicou diversas fases
Numa só enluarada noite

O meu dia se fez noite
De olhos cerrados somente para ver-te
Tudo se tornou gris e verde
Na imagem aprisionada na lente

Agora, sei que os sonhos são reais
E que nas madrugadas foges das nuvens
Talvez uma Lua em forma de fada
Que faz da noite uma aliada
Para que mais luas ou estrelas brilhem...