Não se contente apenas com o odor da rosa, pois no jardim onde se colhem as flores, homens se espetam com os espinhos numa vingança da natureza quando estes cortam os talos sem piedade.
Sinta em cada flor o cheiro do corpo de uma pessoa especial que não colheu, mas se espetou com o espinho. Então, sinta também o calor do sangue do poeta que ainda ferve por ti enquanto coagulam lágrimas de saudade.
Assim, em cada rosa que por ventura lhe ofertarem, privilegie somente àquelas que recebeste em regalo, mesmo que seja de segunda mão, pois esta pessoa, que não pode se identificar, deixou mais que as digitais ou uma gota de sangue na rosa. Certamente, deixou parte do seu coração e o brilho reluzente de sua alma somente porque naquele momento pensou num possível amor que durará que tu disseres que a flor já murchou...